Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sábado, 27 de novembro de 2010

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Vladimir Kush (pintor surrealista russo)


Vejo aqueles que vão morrer,
Incautos e tranquilos divagar,
Perto da criança que irá nascer
E os seguirá, insegura ao caminhar!

A velhice mal assumida disfarçar
Secretos receios, sonhos de permanecer
E o profeta da morte, às escuras, chorar
Um tempo eterno, para viver...

Vejo o que não acontecerá jamais:
Crianças livres dos conceitos da razão,
Nascendo sem as culpas originais...
Filhas-semelhantes do Deus-perfeição.

O Supremo-Amor com o Supremo-perdão
Encerrando os domínios infernais...
E os homens elevados à perfeição
Dos quentes azuis e fogos iniciais!


 Ana

15 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Um poema maravilhoso, adorei.

Deixo um beijinho carinhoso
Sonhadora

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

supremo amor que também infelizmente umdia morrer

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

a morte que anda de mãos dadas com a vida, amantes

MARU disse...

Desejo que aconteça o que você quer, mas acho que näo vai poder ser.
Só somos homens e mulheres, com nossas grandezas e nossas misérias...

Só seres humäos...
Beijinho

Andradarte disse...

Gostei do poema, mas o achei difícil
de 'praticar'...
Beijo

Margarida disse...

Lá está o tal pintor... Quanto ao poema, sabe que sou sua fã :)

Beijinhos

Fê blue bird disse...

"Vejo o que não acontecerá jamais:
Crianças livres dos conceitos da razão,
Nascendo sem as culpas originais...
Filhas-semelhantes do Deus-perfeição."

Um poema realista, quase cruel direi, mas com um final de esperança numa força suprema e maior.( Foi assim que o interpretei)
ADOREI-O pela força da mensagem.

Beijinhos

Rafael Castellar das Neves disse...

Bom isso, hein!! O duro é acompanhar esse eterno chegar da morte...certeza única...

[]s

Meg disse...

Ana,
...Vejo o que não acontecerá jamais:
Crianças livres dos conceitos da razão,
Nascendo sem as culpas originais
...
Uma realidade tão triste num tão bonito poema, Ana.
Andamos a ver coisas demais!

Um beijinho da Meg

Ana Lucia Franco disse...

Visão de um éden reinventado, livre da razão "infernal" e de ideais impossíveis. Para isso bastaria o amor, sempre complacente e generoso. Lindo poema, Ana.

bjs.

Unknown disse...

Um poema esclarecido e perfeito quanto às dificuldades do quotidiano: desentendimentos, desacordos, desavenças, etc

Bjs, Ana

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Ana, muito bonito embora saber da partida que doe...

Bjao

Fernando Santos (Chana) disse...

Olá Ana, bela Tela...belo poema...Espectacular....
Cumprimentos

Anónimo disse...

Belo.

bjs.

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
"Ser poeta é ser mais alto" como dizia, e bem, a grande poeta alentejana Florbela Espanca. Tal como tu.
Qualquer dia deixo de ver aquele pedaço de rio em frente. Vão lá pôr os contentores...paciência.
Beijinhos.
Isabel