Eduardo Viana, A revolta das bonecas, 1916
Vejo aqueles que vão morrer,
Incautos e tranquilos divagar,
Perto da criança que irá nascer
E os seguirá, insegura, ao caminhar!
*
A velhice mal assumida disfarçar
Secretos receios, sonhos de permanecer,
E o profeta da morte, às escuras, chorar
Um tempo eterno para viver...
*
Vejo o que não acontecerá jamais:
Crianças livres dos conceitos e da razão,
Nascendo sem as culpas originais,
Filhas - semelhantes do Deus - Perfeição.
*
O Supremo Amor ungido pelo Supremo Perdão
Encerrando os domínios infernais...
E os homens elevados à condição
Dos quentes azuis e fogos iniciais.
Ana
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